Olívia é uma galinha famosa no mundo inteiro. Os donos do bichinho, que moram em Sidney, Austrália, começaram a perceber que alguma coisa estranha estava acontecendo. Olívia começou a se transformar de forma repentina. Uma crista avantajada foi aparecendo, um papo maior, deixou de chocar os ovos e passou a cantar todas as manhãs. Resumindo, a galinha virou galo! Parece uma história para chamar a atenção, só que não!
Veterinários curiosos foram ao local observar o fato, explicaram o fenômeno e chegaram à conclusão de que a galinha é transexual, pois ela sofre de um fenômeno raro que acontece com um, em cada dez mil da espécie.
Outro relato dessa natureza aconteceu no Reino Unido, um casal ficou surpreso quando descobriu que sua galinha de estimação chamada Gertie, foi devagar se transformando em um galo. O primeiro sinal da mudança foi que Gertie parou de botar ovos. Em seguida, segundo seus donos, ela começou a cantar como um galo. Em algumas semanas, Gertie ganhou peso e desenvolveu aquela barbela característica, além de uma plumagem de cor marrom-escuro e uma crista, ou seja, aos poucos a galinha foi adquirindo traços de macho.
Pesquisas realizadas na Universidade da Flórida relatam que não só é possível, como acontece, essa mudança de sexo, embora rara. O fenômeno é explicado porque, aves fêmeas têm apenas um ovário funcional, em seu lado esquerdo, sendo que a gônada direita permanece adormecida, não se desenvolve, ficando uma indefinição quanto à função: se ovário ou testículo.
Em outro extremo, acontece quando a galinha deixa de botar ovos e passa a cobrir as outras galinhas, como faz o galo, porém essa mudança não é completa, pois a ave trans não gera espermatozoides, portanto não fertiliza os ovos. Não é um comportamento comum, mas é observado por alguns criadores de aves, podendo ocorrer também em outras espécies de animais. Há registros ainda de galos que assumem a postura da galinha, e passam a chocar os ovos e a cuidar dos filhotes.
Essas transformações no mundo animal registram várias ocorrências, por exemplo, existem cinco leoas “transexuais” na reserva de Moremi, no Botswana, que possuem jubas fartas, porte másculo e comportamentos relacionados com os de machos. A descoberta foi feita em 2010, quando o guia de safáris fotográficos Grant Atkinson descrevia aos turistas dois leões que por ali passeavam, quando foi alertado por uma das pessoas da excursão de que, na realidade, as espécies se tratavam de fêmeas. Segundo o “African Journal of Ecology”, existem cinco leoas naquele local que parecem leões: marcam território como os machos, sendo que uma delas chega a rugir e a montar as outras fêmeas.
Três anos antes, o especialista da Sociedade Zoológica de Londres, Simon Dures, já tinha observado o fenômeno, depois de capturar uma das leoas, com o uso de tranquilizantes, e ter observado, de perto, os seus órgãos genitais. Alerta que estes animais não são hermafroditas, pois possuem os órgãos femininos, só que em maiores proporções que o normal e, provavelmente, apresentam algum distúrbio hormonal. A revista New Scientist destaca que por trás do fenômeno pode estar uma produção exagerada de testosterona, resultado de problemas nos ovários.
Espécies do gênero Pogona, os “dragões barbudos”, são répteis com a capacidade de mudar de sexo ainda embriões, isto é, no ovo! Geneticamente são do gênero masculino, mas que, por motivos diversos, assumem o papel e as capacidades reprodutivas do sexo feminino. É um fenômeno bastante comum, e que ocorre em decorrência da mudança de clima, isto é comprovado, pois animais masculinos, quando testados em laboratório e submetidos a altas temperaturas se transformam, quase sempre, em femininos.
Segundo a polêmica bióloga Joan Roughgarden, da Universidade de Stanford, em San Francisco, nos Estados Unidos, pode-se estabelecer uma relação filosófica entre a diversidade sexual do reino animal e os seres humanos. Ela relata que a noção de gênero é bastante fluida na natureza, portanto, não deveria causar tanta surpresa e incômodo a existência de várias formas de expressão sexual ou mudança de sexo entre os humanos. Completa dizendo que não há nada patológico na relação homossexual, que homossexuais e transexuais são encontrados em diversas espécies de vertebrados e a relação entre macho e fêmea, como estamos acostumados, está longe de ser o padrão. Em seu livro “Arco-Íris Evolutivo: Diversidade, Gênero e Sexualidade na Natureza e nas Pessoas”, relata que gays, lésbicas e transexuais são tão antigos quanto a humanidade.
Aconteceu em Sidnay, Austrália: a galinha Olivia parou de chocar ovos, desenvolveu uma crista e teve um aumento do peito. (Foto: Internet)
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