Ser ativo ou ser passivo? A resposta para esta pergunta vai muito além das posições tradicionais que dois homens ocupam em uma relação sexual. Na comunidade gay, e mesmo fora dela, o papel de passivo carrega excessivo preconceito e desvalorização, como se o boy passivo ocupasse, no sexo, o lugar da mulher. Por outro lado, o ativo costuma ser mais valorizado e chega a ser taxado como viril.
E nos primeiros encontros, sejam eles virtuais ou presenciais, é muito comum, aquela perguntinha clássica, qual é a tua? Feita mesmo antes da curiosidade pelo nome, idade ou onde reside. Você curte ser ativo ou você é passivo? E, não sem razão, tem os que se ofendem diante dessa pergunta. Ainda mais, se vier de alguém que você mal conhece e sem promessa alguma de ser um caso sério. Vamos combinar, né?! Ninguém precisa saber em que time você joga.
Apesar de toda essa pressão pela definição de posição sexual, você não precisa pirar pela resposta na ponta da língua. Até porque quando se fala de sexo, o mais fácil é adotar o lema: sem regras! Cada um tem a preferência que quiser. Alguns amam ser somente passivos, sentir o talo entrando no rabo. Outros sentem prazer apenas na penetração, são os ativos, que amam enfiar o pau no rabo e na boca de um bofe! E há, ainda, quem curta atuar nos dois papéis, são os versáteis. Mas, como nada é definitivo na vida, essas preferências podem ser mudadas em cima da hora e em cima do boy!
Que a vida é bem mais tranquila para os versáteis, isso não se tem dúvida, paqueram sem receio, sem neuras, e na hora do sexo assumem a posição que mais convém, ou num mesmo encontro assumem os dois papéis, apesar de terem uma atuação preferida no sexo.
O curioso é que essa alternância de papéis depende várias vezes do parceiro com quem vão transar. Se é um urso, grande e peludo, adoram virar de costas e sofrer a subordinação da estocada. E como adoram sofrer! Agora, se o boy é de pequena estatura, preferem submeter o bofe e atuar como ativos.
Já os terapeutas sexuais contradizem essas teorias e afirmam que o prazer não vem só da penetração. A sensação de dominar ou de ser dominado é fundamental na excitação sexual e no orgasmo intenso. E aí não interessa se o boy é grandão ou mignon. Há os passivos dominantes, que vão o tempo todo comandar a metida e os ativos submissos, o famoso pau mandado, que adoram ser subordinados!
A realidade é que existem vários gays passivos que nunca foram ativos e juram de pé junto que nunca vão ser. Eles não se imaginam comendo um boy, se sentem estimulados apenas em ser penetrados e isso fica muito claro na sua cabecinha de puto! Sabemos, no entanto, que essa não é a realidade de todos os gays. Muitos homossexuais detestam se assumir passivos por completo, com medo de serem chamados de afeminados ou menininhas da relação.
Os jovens de antigamente, se cagavam de medo de serem chamados de viado! Uma vez viado, sempre viado. Viados eram os garotinhos que desmunhecavam e davam a rosca aos amigos, eram delicados e sofriam na escola e na rua. Os que comiam esses lolos quase infantis, nos corredores ou atrás dos muros, não eram viados, eram machões. E essa ambiguidade da escolha de dar a rosca já era determinante em ser tachado como mulherzinha. O ativo não era questionado, ninguém fazia pouco dele, apesar de gostar do mesmo sexo. É essa contradição e escolha de posições, continua sendo, a difícil tarefa de se decidir entre os dois mundos, o do macho e da fêmea.
No entanto, essa decisão nem sempre é fácil e coerente. Seria uma grande surpresa, se houvesse como dimensionar a quantidade de gays bem discretos por aí, com pinta de machão, que na hora da foda viram a bundinha com o maior prazer.
Mas, entre ativos e passivos, a importância dos dois é indiscutível no mundo colorido dos gays, não há como haver uma prática sem a outra. Mas, ainda fica a pergunta: diversificar é preciso? Em relacionamentos gays duradouros a diversidade de posições entre os parceiros é regra? Nada pode ser regra, até porque o conceito de felicidade completa entre os bofes é realmente o troca-troca entre os parceiros.
Quando há dúvidas sobre o que mais agrada, nada como experimentar as duas posições, explorar todas as possibilidades, experimentar o dar e o receber. E, enfim, optar por uma alternativa ou ficar com as duas.
Essa seria a situação ideal, que o homem se conheça antes de optar pelo que mais gosta. O que acontece, muitas vezes, é que não é feita uma escolha consciente. Alguns, por medo, não se experimentam e acabam assumindo uma posição defensivamente. Só mais tarde, talvez com a maturidade ou experiência, conseguem explorar suas múltiplas possibilidades.
É por isso que existem muitos casos de homens que foram ativos durante um bom período da vida e depois, quando se sentiram mais à vontade, decidiram ser passivos. Ou homens que começaram passivos e descobriram que curtem mais ser ativos. Não existe outra forma de descobrir preferências a não ser experimentando.
Mas para experimentar é necessário que haja vontade e iniciativa. Seja o que quiser ser, quando tiver vontade! Construa a sua identidade sexual a partir do seu desejo, só assim você viverá um relacionamento maduro e sólido e será verdadeiramente feliz e realizado!
Conselho fundamental para a realização de um bom sexo, além do penetrar ou ser penetrado: a troca, o dar e o receber, os toques, as carícias, os beijos, as palavras sussurradas, e as práticas sexuais diversificadas, livre de preceitos e de papéis definidos, sempre com respeito a si mesmo e ao outro. Sem isso, as chances de se ter um ótimo momento são bem pequenas.
Participar de uma orgia é uma boa ideia para experimentar coisas novas... Você pode dar e receber ao mesmo tempo! Já pensou nisso?! (Foto: Internet)
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