Se antes de assumir a condição de gay a vida não era fácil, agora, que já anunciou a sua condição de bofe, pode acreditar, este é um momento bem complicado na vida de um homossexual. Mas relaxe! Com o tempo, as coisas vão se ajustando, ainda mais se você ajudar, adotando comportamentos socialmente corretos.
Tá certo que hoje em dia, as coisas andam bem melhores do que há anos atrás, mas não é, ainda, aquela tranquilidade e leveza total. E melhor, não quer dizer que seja fácil. O melhor quer dizer que há uma esperança no final do túnel e que a tolerância é um sentimento mais encontrado nas relações sociais.
Experiências de homos que se assumiram e, depois, viveram batalhas imensas consigo mesmo, com familiares e amigos de trabalho e estudo, relatam que essa fase de pós-saída do armário vem acompanhada de sentimentos conflituosos e desgastantes, ainda mais se houver atitudes desafiadoras e provocativas de ambos os lados.
Existem comportamentos que ainda são meio complicados e geradores de preconceito, por exemplo, você está com o namorado em uma balada, mas se sente muito incomodado de alguém ver você dançando com ele ou em atitudes carinhosas. Ou estarem passeando em público e ele resolver beijar você, ou alguém da família tocar a campainha logo cedo e te surpreender com o namorado na cama. É óbvio que você não tem que dar satisfação pra ninguém. Mas, situações como esta balançam a autoestima e acabam gerando sentimentos contraditórios e infelizes!
Acredite! Você não precisa e nem deve, passar por nada disso. Quando sair do armário, vamos combinar, assuma a sua condição de corpo e alma. Não há outra maneira! Realmente a porta do armário tem que abrir de vez, não se sai por uma frestinha. Permita-se circular com o seu par, sem constrangimentos! Também não precisa aloprar, ficar se agarrando em público, realmente, não é um comportamento muito aceitável!
Convença-se, e passe isso aos outros, que o fato de ser gay é apenas, uma das suas dezenas de qualidades. Você não é apenas gay, você é filho, irmão, amigo, companheiro, sensível, carinhoso, sexy, caprichoso, inteligente, talentoso, etc. etc. Faça com que essas inúmeras outras qualidades se sobreponham a sua escolha sexual. Afinal, você vai dar o seu brioco e o de mais ninguém! Não esconda essa pessoinha maravilhosa que você é!
Uma das maiores questões sobre a saída do armário é como fulano reagirá a respeito de você gostar de homem. E aquele vizinho preconceituoso, cheio de pose, como ele irá te tratar daqui em diante se descobrir que você adora uma rola? E o tio ranzinza, o pai severo, a mãe, e a irmã casada com um hétero tradicional, os sobrinhos, o patrão… Enfim, você vai supor, imaginar, mas, pode acreditar, vai se surpreender! Cada um deles vai ter uma reação diferenciada e única. Aproveite e se concentre nos melhores e torne essas pessoas teus aliados!
Uns nunca aceitarão, conforme-se! Outros reagirão de boa, alguns já sabiam, só estavam esperando você se resolver. Mas, nunca, nunquinha estranhe a cara de espanto quando você contar que é gay. Comece por quem te entende, quem sabe a mãe, uma tia, uma prima mais chegada. Essa escolha da primeira pessoa é muito importante, pois vai dar coragem e confiança na hora de contar ao resto da família.
Tenha um plano de ação e siga à risca. E, não importa a reação deles, o tempo vai se encarregar do resto. Quanto aos parentes mais próximos, especialmente os pais, muita coisa vai mudar na vida deles e na expectativa quanto ao filho querido. Vão ter que aceitar que você nunca vai se casar na igreja, pelo menos com alguém vestido de noiva. E que os netos que terão, vindos de você, serão adotivos. Entenda os sentimentos deles, mas não queira viver os sonhos deles.
Agora, é a vez de você ajudá-los, tentando acabar com o sentimento de culpa, ou buscando respostas para a tradicional questão: “Onde foi que erramos?” Segundo especialistas, ninguém e nenhuma situação poderiam ter feito nada capaz de influenciar a sexualidade alheia.
E, apesar de tirar um fardo enorme das costas ao se livrar da dupla personalidade, sua trajetória de vida não vai ficar melhor do dia para a noite. Por algum tempo, você vai ser o centro das atenções e de falatórios, pode acreditar. Mas, como tudo, essa fase passa e você, desse momento em diante, só vai ter que lidar com os seus próprios sentimentos, angústias e incertezas. A homofobia nunca é somente por parte dos outros, ela vem de dentro como um veneno.
Antes de buscar um relacionamento, procure resolver essas pendências internas, a pressa pode causar traumas profundos. É o caso dos relacionamentos vazios, gerados pela imaturidade emocional e sexual, até porque você ainda está confuso demais para escolhas acertadas! É necessário amadurecimento para saber o que deseja da vida e do potencial parceiro.
Depois de sair do armário, por completo, a tarefa mais importante não será justificar, o tempo todo, as escolhas pessoais, mas construir um ideal de relacionamento. E, pode acreditar, será uma tarefa bem solitária. Mas, prazerosa e libertadora!
Afinal, não pense que a porta do armário vai abrir uma única vez. É um processo contínuo e sem volta, e que nunca terá fim!
Quando sair do armário, assuma a sua condição de corpo e alma e vá viver sem preocupações... Afinal, todo mundo merece ser feliz! (Foto: Internet)
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