O poliamor passou de um assunto restrito para uma vivência comum, mesmo em uma nação monogâmica. Ele é vivido por pessoas que acreditam que o amor pode ser repartido e que isso o fortalece, e se aplica também às práticas sexuais.
Poliamor (poli, que significa muitos ou vários) é a prática ou desejo de ter mais de um relacionamento, seja sexual ou romântico, simultaneamente com o conhecimento e consentimento de todos os envolvidos.
Esse tipo de relacionamento tem aumentado gradativamente, de acordo com o estudo da The Melbourne Gay Community Periodic Survey. Na Austrália, 32% dos gays vivem esta realidade. O número é maior que na comunidade hétero, por isso, o motivo da desconfiança em nossos relacionamentos, que normalmente são taxados de putaria e não um envolvimento afetivo.
Obviamente, não para apenas no amorzinho, já que a maioria tem múltiplos parceiros sexuais e mantém o afeto com apenas uma pessoa. Vale lembrar, que este tipo de conduta não é caracterizada como poliamor, mas é no mínimo deliciosa.
No entanto, uma das maiores curiosidades está relacionada ao sexo. Neste tipo de relação, o sexo é normal, mas conta com mais pessoas.
Não confunda poligamia e relacionamento aberto com poliamor
Um grande problema para as pessoas que vivem o poliamor, é serem confundidas com
poligâmicos. Os poligâmicos estão ligados pelo laço de um casamento e são sempre
direcionados às relações heterossexuais.
O poliamor não tem gênero, como também não possui uma posse sobre o outro indivíduo. Esse tipo de romance também está bem longe de um relacionamento aberto, onde existe o laço amoroso com uma pessoa e está sexualmente aberto para qualquer possibilidade.
Ter um poliamor não é o mesmo que ter um relacionamento aberto. Quando se abre um relacionamento, os dois, ou até mesmo separadamente, estão dispostos fazer sexo com terceiros, mas sem um envolvimento afetivo. Já com os trisais, o relacionamento afetivo é parte do grupo, onde é permitido namorar, trocar alianças, morar junto e etc. Então, nunca se ofereça para fazer parte das práticas sexuais de um trisal ou grupo poliamoroso.
Se oferecer para um grupo poliamoroso ou um trisal, é como flertar com uma pessoa comprometida, pode ser até que dê certo, mas normalmente não acaba bem. Geralmente, esse tipo de relacionamento funciona, quase, como uma maçonaria romântica, onde você não entra sem ser convidado.
Esse tipo de relacionamento não deve ser procurado por quem quer somente um ménage ou um sexo diferentão, já que se trata de uma forma de viver. O respeito está acima de qualquer preceito sexual. Se você está à procura de parceiros para um gangbang, o amor múltiplo não se encaixa no seu perfil.
Como funciona o poliamor na hora do sexo?
Assim como em qualquer relacionamento sexual, quem define as regras são os participantes.
Geralmente, os grupos de poliamor costumam relatar a experiência sexual como algo
inexplicável, sendo a melhor relação possível, onde todos se completam dentro dos seus
desejos e necessidades.
Ainda assim, existem grupos que definem o sexo como normal, sem grandes descobertas e reviravoltas. O entendimento e interpretação do sexo no poliamor é muito individual, tem grupos que dividem a prática, outros preferem separadamente, alguns só podem fazer sexo juntos, enquanto outros não.
Por mais que a definição de amor seja algo muito íntimo, os grupos de poliamor gay costumam se sentir preenchidos, em todos os sentidos desta relação, onde se permitem viver todas as experiências que tem desejo, com a participação de uma pessoa que realmente o ama, para suprir todas as suas necessidades sexuais, algo que nem sempre é possível em um casal.
A orientação sexual também é algo complexo, já que existem grupos de poliamor gay e misto, mas dependem somente da vontade dos seus adeptos, mas essa união independe de gênero, por isso, não é rotineiro rotular um grupo de poliamor de gay, héreto ou bi, já que ela é apenas uma união poliamorosa, independentemente das pessoas.
Assim como ocorre com tudo que é diferente e desconhecido da maioria, o conceito de amor restrito, casal hétero e demais condições amorosas consideradas “normais”, são definidas estritamente por um parâmetro criado culturalmente devido a um viés religioso.
Onde um texto e alguns “velhos de vestidos” dizem a todos como devem ser relacionar e o que é certo, na grande maioria, excluem qualquer tipo de prazer da equação. No entanto, ser gay já é se libertar das amarras impostas por esse tipo de cultura, é estar aberto para sentimentos e prazeres fora de um parâmetro considerado adequado.
Não seja preconceituoso com o poliamor, se lembre de todo mal que o preconceito pode criar, se liberte para novas experiências amorosas, sejam afetivas ou sexuais. Só você pode definir o que é certo e o que funciona para você, seja na cama, entre quatro paredes e também diante da sociedade.
Não é orgia, suruba e muito menos gangbang... O poliamor envolve sentimento mútuo e consentimento entre todos os envolvidos! (Foto: Internet)
Histórias em Quadrinhos recomendadas
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, sem autorizaçao escrita do 'Ponto Gay' ou do detentor do copyright. Os textos e as imagens (fotos, vídeos, ilustrações, etc.) de todas as páginas do 'Ponto Gay' são protegidas pela Lei do Direito Autoral, não sendo permitidas cópias ou divulgações por qualquer motivo ou justificativa, nem mesmo com autorização das(os) modelos. Infratores serão punidos na forma da lei.